Você tem tido pensamentos como "E se eu falhar quando fizer isso?" ou " E se eu decepcionar alguém?". Esses são alguns exemplos de pensamentos de pessoas que sofrem com a ansiedade. Caso você tenha convivido com ela, têm sentido muito incômodo, não é mesmo? Um dos primeiros passos para aprender a lidar com a ansiedade é saber mais sobre o que exatamente ela é.
Em primeiro lugar, é importante falarmos sobre uma outra emoção: o medo. Essa emoção sinaliza um perigo imediato. Ou seja, trata-se de algo mais específico e ligado ao presente, sentir medo de algo em particular.
A ansiedade é semelhante, mas mais complexa e duradoura, com foco em um possível risco no futuro. Em outras palavras, ela é voltada para o futuro e tende a ser mais generalizada, trazendo um desconforto sem uma fonte específica.
Um exemplo de como se dá essa relação é quando encontramos uma cobra. O medo se manifesta ao ver a serpente, fazendo com que você aja rapidamente. Já a ansiedade, aparece como uma preocupação com a possibilidade de encontrar outras cobras depois.
Cabe ressaltar algo importante aqui: essas emoções são fundamentais para nos proteger. O medo, por exemplo, nos permite reagir rapidamente ao perigo, enquanto a ansiedade pode nos motivar a buscar formas de evitar riscos futuros.
Apesar de naturais, essas emoções nem sempre se manifestam de forma saudável. Mesmo que o perigo já tenha sido resolvido, a sensação de tensão pode continuar e surgir em diversos momentos do dia, como se o cérebro estivesse sempre em alerta.
Nosso cérebro está sempre trabalhando para manter nossa segurança. Diante de um perigo próximo, ele ativa uma resposta automática que permite uma reação rápida, sem tempo para refletir. Essa resposta, controlada pela amígdala, age como um alarme interno, nos deixando prontos para lutar ou fugir. No entanto, o córtex pré-frontal permite analisar e processar melhor as situações, promovendo um alívio quando percebemos que o risco era falso.
Nossos medos, em grande parte, são aprendidos. O cérebro, ao longo das experiências, vai registrando situações que possam representar uma ameaça e criando associações para evitar problemas futuros. Isso é útil, mas pode gerar ansiedades desnecessárias, como quando um evento único leva à crença de que ele se repetirá sempre, criando um ciclo de antecipação e ansiedade.
Esse mecanismo pode ser disfuncional. Por exemplo, se alguém sofre um assalto em uma praça, pode associar o local ao perigo, sentindo ansiedade toda vez que estiver lá, mesmo que o risco não seja constante. Esse "alarme" acaba ativando emoções de alerta, mesmo sem necessidade.
Quando a ansiedade se torna excessiva, evitá-la pode trazer alívio momentâneo, mas acaba aumentando o problema. Esse comportamento evita situações que causam ansiedade e nos impede de aprender a lidar com ela. Isso gera um ciclo que pode limitar cada vez mais a vida.
Para saber se a ansiedade está em níveis prejudiciais, observe alguns sinais:
⦁ Intensa demais para situações do dia a dia;
⦁ Prolongada, além do comum;
⦁ Atrapalha a rotina e diferentes áreas da vida;
⦁ Gera medo em diversas situações;
⦁ Causa dificuldade para relaxar e sentir segurança.
A boa notícia é que a ansiedade pode ser regulada. Para isso, é necessário "informar" à amígdala que não há um perigo real. Esse processo é realizado pelo nosso lado racional, possibilitando a regulação emocional. Compreender os componentes da ansiedade ajuda a enfrentá-la. Esses elementos incluem:
⦁ Gatilhos – situações que causam ansiedade;
⦁ Comportamento – evitar, paralisar ou reagir de maneira nervosa;
⦁ Sensações – respiração ofegante, tremor, suor, entre outros;
⦁ Emoções – a própria ansiedade;
⦁ Pensamentos – ideias pessimistas ou catastróficas.
Esses elementos se alimentam mutuamente, e a terapia ajuda a enfrentá-los. O processo terapêutico oferece técnicas para analisar o que gera ansiedade, entender as sensações físicas e emocionais, e construir pensamentos alternativos. Assim, com prática, a ansiedade deixa de ser assustadora, e a autorregulação se torna mais possível.
Você tem passado por algo parecido? Vamos falar mais sobre isso?